quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Blog da Cátedra

Fui ao Blog da Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio para encontrar minha manhã.

Nos caminhos de verde e de espaçotempo de silêncio em que a casa da Cátedra de Leitura se avoluma, minhas asas se aproximam, fisgam recantos de lembranças e se aconchegam na madeira torneada de banco onde nunca fiz fotografias.

Esse lugar é história de trabalho com afetividade, para interromper o limite do enlace e da experiência com a leitura e, nesse percurso, o indivíduo poder humanizar-se.

Os encontros que me permite essa casa assobradada são variados e pródigos: Gregório gosta de pessoas, de histórias e dos efeitos das histórias na vida das pessoas. Sérgio Rivero é preciso, ao afirmar:  São 100 anos de Jorge Amado e não custa lembrar da injustiça enorme de alguns teóricos da literatura ao taxarem o escritor de pitoresco contador de histórias, de ainda fazer um regionalismo menor (como se ‘regionalista’ já não fosse pecha por demais preconceituosa), comparando-o a um Rosa, Ramos ou Rêgo. Affonso Romano começa por um outro tecido da teia, lembrando a mim e a tantos outros percursos dos quais podería ter-me valido sob a orientação de uma borboleta - não precisa ser necessariamente amarela - que você está sendo lido por instrumentos espertíssimos que veem você e você não os vê. Você pensa que está lendo esta crônica, mas está também sendo lido. Clico mais uma vez e vejo, mas Lembranças de leitura não me vê.  Que sensação maravilhosa! Confesso que comecei a ler um pouco além do que muitos dizem ser o ideal. Iniciei a ler não mais adolescente, e o meu primeiro exercício de leitura como traço de experiência se fez carne com O pé de laranja lima. Não li de bruços e durante as noites, como Luciana Figueiredo me trouxe esse bom viver de novo, mas o fiz num curso de mesma intensidade, como me conta e me permite recordar.

Não quero retardar a você que me lê no seu movimentar de pernas e olhos por suas escolhas. Mas de outras vezes, quero voltar ao Blog da Cátedra.

Manhã de 19 de setembro.
Santinho Souza

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